17 de junho de 2013





Dias de Glória é o primeiro documentário sobre a Resistência e a luta antifascista. É uma colaboração entre Giuseppe De Santis, Marcello Pagiliero, Luchino Visconti e Mario Serandrei, o qual serviu como editor e supervisor-geral. Este filme episódico é uma celebração do fim do fascismo, da recém-descoberta liberdade e um convite aberto para juntar-se ao esforço comum em construir um futuro melhor. O filme combina imagens de noticiários, material documental filmado durante a guerra e episódios reconstruídos da luta da Resistência. Elas evocam a linguagem cinematográfica dos cineastas sob o fascismo. Os membros da Resistência em ação ou tomando posições são mostrados em poses heroicas. As sequências que celebram a libertação das cidades do Norte são filmadas no estilo dos documentários do Instituto Luce. Alfonso Canziani sugeriu que o filme marca o início da celebração retórica da Resistência. Luchino Visconti teve a felicidade de filmar o julgamento de Pietro Caruso, chefe da polícia de Roma durante a ocupação alemã, e sua posterior execução. As filmagens dos procedimentos judiciais demonstram a capacidade magistral de Visconti de transformar um item de noticiário em um impressionante episódio narrativo. A tensão do momento é transmitida com a alternância de “close-ups” dos acusados e de planos gerais das reações da população, das testemunhas e dos parentes das vítimas. Visconti emprega duas câmeras para mostrar até mesmo os menores detalhes, como um gesto de irritação ou as rugas no rosto de uma mulher aos gritos. A filmagem das sequências da exumação dos corpos foi levada a cabo por Marcello Pagliero. Giuseppe De Santis filmou o terceiro episódio, sobre a reconstrução da nação. A influência do cinema realista russo é muito intensa. O trem que cruza a ponte recém-reconstruída na cena final é o precursor do trem em “Caccia Tragica”, primeiro filme de De Santis, que atravessaria as planícies da Emilia-Romagna levando os veteranos de guerra.
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